quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Finalmente no hotel…


I’m An Asshole – Denis Leary

A viagem passou depressa. Adormeci antes da descolagem e acordei já a sobrevoar Nova Iorque. Mas é de salientar que estivemos quase três horas na pista, na fila, à espera que viessem descongelar-nos as asas. Nevava em Heathrow e imensos voos haviam já sido cancelados. Não posso dizer que tenha tido azar. Ao menos tive voo.

Aeroporto de HeathrowJá no aeroporto de Miami demorei cerca de meia-hora para chegar ao ponto de controlo de passaportes. Os agentes moveram-me de fila em fila à medida que iam fechando os balcões de atendimento,  vá-se lá saber porquê. Depois passei para a sala onde “encafuam” os emigrantes com estatutos especiais. Aqueles que precisam ver confirmado o motivo da sua vinda para os “States”. E é o meu caso, já que precisam confirmar com a minha empresa de que estão a aguardar-me e que não estou a tentar entrar ilegalmente no país. Ali fiquei, sentado, durante três horas. Quando de lá saí passava já das onze da noite e a British Airways tinha feito o “favor” de recolher a minha bagagem que estava abandonada desde que aterrei às sete e quarenta e cinco. E como já não haviam mais voos da British, os balcões estavam fechados e só hoje pude ir buscar a mala.

Até fazia confusão ver os aviões a aterrar e a descolar nestas condições

Mas não terminou aí. Sendo que o serviço de transporte do hotel havia terminado tive que ir de táxi. O senhor taxista, provavelmente com a cabeça noutro lugar, preocupado com a família no Haiti, perdeu-se a caminho do hotel. E quando finalmente chegámos eu percebi que não tinha dinheiro suficiente para lhe pagar e tivemos de ir encontrar uma caixa multibanco.

À chegada ao hotel descobri que a minha companhia fez mal a reserva e que não tinha quarto disponível. Sorte a minha que o hotel do lado também trabalha com a Carnival e tinha um quarto livre para mim.

Cansado, mal cheiroso e com fome acabei por enfardar a única coisa que se arranjou: sopa de galinha (que sabia a tudo menos a aves) enlatada e massas de micro-ondas.

Com todas as horas de viagem nem sequer soube que o Haiti foi arrasado por um sismo brutal. Há milhares de mortos vêem-se pedidos de ajuda um pouco por todo o mundo. Li há pouco no jornal USA Today que durante o furacão Katrina conseguiram juntar seis bilhões de dólares em donativos particulares e outros dois bilhões para as vítimas do maremoto na Ásia há uns anos. Desta vez vou contribuir. Uma pequena ajuda de cada um de nós é melhor do que nada. As imagens na CNN são chocantes. Já que não posso estar lá para ajudar, ao menos mando um contributo através de uma instituição fidedigna. Façam o mesmo. O link que aqui deixo leva-vos directamente ao site da Cruz Vermelha Portuguesa com instruções detalhadas das várias formas de contribuir.

Ajudem agora!

Não deixem de contribuir!

3 comentários:

Michel disse...

Bom rapazão é bom que os azares tenham acabado, uma viagem atribulada também tens os seus atractivos,daqui para a frente é curtir o tempo que te falta com muita alegria no trabalho
Abreijos

Unknown disse...

Caro amigo,

este foi dos melhores posts de sempre! Revelam muito sobre o ser humano que és! Escrito de uma forma mesmo "portuga": és um gajo mesmo à maneira! Ainda bem que te conheci, da maneira que te conheci e como nos tornámos bons amigos!
Espero que esteja tudo bem contigo e que estejas preparado para mais um contrato com a Carnival!
Se não fossem as viagens atribuladas e todos os contratempos que tens encontrado na ida e na vinda (não necessariamente por esta ordem), só terias para contar coisas boas. Assim, com o relato dos problemas que enfrentaste, enfrentas e irás enfrentar dás a entender ao mundo que és um ser humano igual a todos nós, mas com um upgrade: és bondoso e com um elevado espiríto de entre-ajuda! Bem hajas e mantem-te assim: SOLIDÁRIO!
Hoje subiste imensos pontos na minha consideração! Os meus parabéns por isso!

Um grande e forte abraço,

Hélio Branco

mãe disse...

Pois é, não sou mãe galinha....mas é sempre um grande orgulho ter-te como filho, sempre soube o grande ser humano, e bom caráter que és, e esta vaidade é minha e ninguém me a pode tirar...é meu e só meu, FILHOTE.
Amo-te muito e admiro-te ainda mais.

Beijos