Tenho aproveitado o tempo livre para encher o cartão de memória e o disco rígido do Mac com toneladas de fotos. Isto de ser entusiasta da fotografia e trabalhar nas Caraíbas é uma combinação explosiva. Já sofro é de “síndrome da falta de espaço para arrumar tanta fotografia” e, por isso, decidi-me hoje a duplicar a capacidade de armazenamento do meu lindo Macbook. Creio que a avultada soma de dois terabytes e meio de armazenamento, entre disco interno e vários discos externos, será suficiente para satisfazer as minhas necessidades “espaciais” até ao Natal! Fico à vontadinha para continuar a capturar e partilhar fotos como estas. Espero que gostem!
E, já agora, deixo um beijo para o Bruno e a Lili que se enforcaram hoje! Lamento ter perdido o copo d’água… ficam a dever-me um almoço (mas sem missa)! ;)
Depois de umas calmas férias e uma rápida passagem por Montreal no Canadá, eis que estou de regresso ao trabalho. Novo navio, nova equipa, novos desafios mas muitas caras amigas. Ao fim de dois anos e meio por estas bandas encontram-se caras conhecidas em qualquer navio ou porto onde se ponham os pés.
Vou falar-vos um pouco da minha passagem pelo Canadá e mostrar algumas das melhores fotos. Luc e Sylvianne, os meus anfitriões em Montreal, deram-me a conhecer uma pequena parte da bonita e cosmopolita cidade de Montreal, uma mistura de América do Norte e Europa.
Num dos nossos passeios pela parte velha da cidade, o acordeonista da foto tocou uma melodia à nossa passagem e o Luc fez questão de voltar a atrás e dar-lhe algum dinheiro. Perguntei se é habitual dar algo a estes senhores que estão na rua a tocar por dinheiro. A resposta desarmou-me e deu-me uma nova visão do mundo: “ele não está a tocar por dinheiro… está a tocar para nos fazer felizes”. Achei fantástico! Fiquei sensibilizado por esta forma de pensar. Não tem nada a ver com malta a tocar acordeão no Metro com um cão bebé às costas para lhe darem esmolas. O “freak” sentado na rua Augusta a pedir dinheiro para cerveja também joga noutra divisão!
O concerto foi espectacular, como já mencionei na posta anterior. Tirei dezenas de fotos e alguns vídeos que mostrarei aos amigos lá em casa, por alturas do Natal.
Desta primeira semana a bordo tenho pouco para mostrar. Deixo apenas um foto das águas da Seven Mile Beach em Grand Cayman. E o desejo que tenha muitas destas imagens para mostrar ao longo destes quatro meses!
E já se passou. O grande concerto foi ontem. Os meus ídolos, juntos em palco, tinham tudo para tornar a noite memorável… e assim o fizeram. O Centre Bell em Montreal é uma sala enorme, habituada a receber grandes eventos. Estava proibidíssimo de tirar fotos ou filmar o que quer que fosse… mas fiz ouvidos moucos e deixo-vos aqui a entrada em palco dos Maiden.
O espectáculo dos Dream Theater teve um início atrapalhado. A meio do “As I Am”, a primeira música, ficaram sem som. Um corte eléctrico obrigou a banda a abandonar o palco e apenas o baterista, Mike Portnoy, continou a tocar para animar o público. Levou a multidão foi ao rubro quando tocou “Run To The Hills”, o clássico de 1982 dos Iron Maiden. Milhares de pessoas entoaram a melodia apenas ao som da bateria de Portnoy. Resolvidos os problemas técnicos a banda regressou ao palco e prosseguiu com o espectáculo.
Os donos da noite foram, sem qualquer dúvida, os Iron Maiden. Apesar de ser um fã incondicional de Dream Theater, após ver ambas as bandas em palco, há que admitir que os Maiden estão noutro campeonato. Dream Theater com o seu virtuosismo limita-se a tocar e a impressionar pelo seu talento. Os Maiden impressionam pelo espectáculo de luz, som, pelas melodias intemporais e pela energia em palco.
Durante a canção "Iron Maiden" Eddy fez a habitual visita ao palco. E depois disso tivemos direito a um encore com The Number Of The Beast, Hallowed Be Thy Name e Running Free. Vão deixar saudades...
As férias estão a chegar ao fim. Já deixei Portugal e estou na recta final das férias, sentado num solitário quarto de hotel em Nova Iorque, a escrever-vos antes de ir para Montreal onde passarei os próximos quatro dias. O plano era ver os meus ídolos Iron Maiden e Dream Theater num concerto memorável no Madison Square Garden em Nova Iorque. Mas por incompatibilidade com o trabalho vi-me obrigado a fazer um desvio e ir vê-los no Canadá. Nada mau! Juntei o útil ao agradável, vou conhecer um lugar novo, visitar uma amiga e ver o concerto da minha vida. Isto antes de regressar aos Estados Unidos e embarcar por mais quatro meses.
As férias foram curtinhas e sem agitação. Muito tempo em casa, muito descanso e muita jogatana. Foi um período de reflexão. Pensei na vida e assentei as primeiras pedras para um futuro que vejo com excitação. Armei-me em eremita, o que levantou críticas dos amigos mais próximos, mas há momentos em que é preciso tempo para se estar só.
Nem sequer tive oportunidades para tirar fotos. E já sabem que sem fotos não há postas de bacalhau das caraíbas. Houve quem tirasse fotos com a minha câmara… abusando da minha imagem enquanto dormia. O habitual! Com amigos destes não são precisos inimigos.
Cheguei à conclusão que a minha ausência do blog se deve ao uso do Facebook. Tornou-se tão popular em Portugal que facilmente chego aos meus amigos e família através dele. E com muito maior facilidade, rapidez e simplicidade. Um SMS ou e-mail rápidos deixam uma actualização ou foto que queira partilhar. Ao invés disso, o blog requer horas de atenção, a escolher fotos, a redigir texto, a deixar tudo bonito. Confesso que sinto falta de ver mais actividade neste espaço. Afinal de contas isto tem sido uma espécie de diário desde o primeiro dia. Aqui tenho dezenas de recordações, fotos, vídeos e muito do que me ia na alma em muitas ocasiões. Por respeito ao Bacalhau das Caraíbas, assumo o compromisso de manter vivo o blog e de usá-lo como meio de comunicação privilegiado com os portugueses do costume.
Agora é hora de ir tomar um banho, fazer a barbinha e re-arrumar a mala antes de ir para o aeroporto. Esperam-me quatro dias em grande, seguidos do reencontro escaldante (há uma onda de calor deste lado) com a minha miúda. Navio novo, vida nova! Novos portos, alguns outros já velhos conhecidos e a antecipação de um Natal especial daqui a cinco meses.