sexta-feira, 25 de julho de 2008

Adivinhem quem passou o dia em Paris!

Ta-daaaaa!

Bem, vim só meter estas duas fotos para fazer inveja. Vou correr para o avião que parte daqui a um quarto de hora. Até já!

O Louvre tem alguma piada... mas não muita.

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Adeus Holiday…

Festa 80's... a minha despedida.

Já está. Deixei o Holiday, deixei Mobile e já estou em Atlanta, a quarenta minutos de entrar no avião para Paris. Não esperava ver gente chorar com a minha partida… foi estranho. Deixo aqui o presente que gravei num CD e que enfiei debaixo da porta de todas elas: Jenny, Chavonda, Cherie, Jaime, Sarah, Nicole, Heather… é difícil dizer adeus.

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Viva a Dolly!

=== Gavin DeGraw – Cop Stop ===

Nota: Clicar o botão “play” para ouvir o fundo musical da semana

A Dolly e outras três tempestades... viva a temporada dos furacões!

Último cruzeiro no Holiday e tenho uma surpresa: tempestade tropical Dolly! Estamos em plena época de furacões e já se nota nas imagens de satélite. Ali abaixo de Cuba podem ver a Dolly, que ia cruzar-se com o Holiday hoje em Progreso. Por motivos de segurança o Holiday mudou de rumo. Em vez de permanecermos no mar fomos desviados para Key West, uma ilha americana ao largo da Florida! Granda pinta!!! É a minha despedida em grande, com desvio do itinerário e visita a um porto diferente.

De onde estou a escrever-vos

Estou então sozinho e abandonado em Key West, sentadinho no Badass Coffee a comer tarte de lima e a beber um Badass Mocha. Estive a trabalhar desde as 8h e nem era para vir à rua, mas a Rika foi um espectáculo e voltou cedo para eu poder vir espreitar Key West antes de zarparmos. Amanhã estaremos em Cozumel como previsto. Chegamos às 13h em vez das 8h, mas em compensação só saímos de lá às 20h. Dá-me tempo de sobra para reforçar o bronze antes de ir para casa daqui a três dias.        ; )

Dolly em movimento

Aqui em cima podem ver a previsão do movimento da Dolly. A primeira bolinha verde à direita é Cozumel na passada madrugada. A segunda bolinha, a segunda a contar da direita, é Progreso, onde era suposto estarmos hoje. Key West é a ilha mais a oeste ali perto da intersecção entre os 25 graus Norte e 80 graus Oeste. Mobile é perto da intersecção 30 graus Norte com 85 graus Oeste. Foi um desvio do catano e é por isso que chegaremos atrasados a Cozumel amanhã. Mas ao menos temos um cruzeiro calminho e sem pessoal a “gomitar-se” todo!

O Holiday é pequerrucho, mas não passa despercebido

Só é pena estar a trabalhar hoje, senão tinha saído de manhãzinha às 7h com o Fede, Jaime, Nicole e outros tais. Assim andei a passear por aqui sozinho. Amanhã vingamo-nos e vamos todos almoçar fora em Cozumel e curtir a tarde na piscina do No Name Bar. Depois à noite temos a festa mensal, desta vez com o tema “80’s”. O que podia ser melhor como festa de despedida do que os anos oitenta e toda a banda sonora da época? Vou curtir que nem um maluco! Acho que quando o avião aterrar em Paris a hospedeira vai ter de acordar-me, tal como o “pica” fazia no comboio à chegada ao Rossio, de manhãzinha a caminho da Ravara!

Há bacalhaus em Key West... e é Bacalhau Pascoal!

Foi só para dizer um olá e mostrar a Dolly! Até daqui a uns dias!  ; )

sábado, 19 de julho de 2008

Era uma vez em Cancun…

Cancun visto das alturas

Vinte e três marmanjos e marmanjas em duas carrinhas e ala para Cancun. Foi dia de maluqueira no Wet ‘n Wild, um parque aquático super hiper-mega-rifixe. Apesar de sermos mais que as mães, acabámos por andar em grupinhos mais pequenos, o que tornou o dia muito mais especial. Federico, Jaime, Nicole e eu, de manhã à noite, juntos para todo o lado. Foi tão fixe!!!

Nicole, a miúda mais fotogénica do mundo!

Estou a cinco dias de ir embora… vai custar-me tanto deixá-los. Até agora tem sido sempre ao contrário, tenho visto amigos ir embora e eu fico. Desta vez invertem-se os papéis e sou eu quem vai embora e os deixa. O Federico, a Jaime e a Nicole deixam o Holiday a 25 de Agosto. A Ivana fica até Novembro. Deve ser mais difícil para ela, mas aqui todos sabemos que mais cedo ou mais tarde as pessoas que estão mais próximas acabam por ir embora. E de certa forma, é isso que nos move e aproxima uns dos outros. Tenho plena consciência de que nunca me teria aproximado tanto da Jaime e Nicole ou mesmo do Eddie se o Dale ainda estivesse por cá. É como dar um abanão na nossa vida, uma estalada para acordar, várias vezes ao longo de seis meses.

Nicole a afogar-me!

Vejam o que pesquei!O Wet ‘n Wild foi super divertido. Muito sol, piscinas com ondas, “lazy river” com boias (um rio artificial com corrente e tudo), escorregas, comida e bebida até cair… GRANDE DIA! E o meu coppertone factor 30 protegeu-me que nem uma gabardine. Um dia inteiro ao sol, sem sombra, e nada de escaldão. Gosto tanto deste protector que até comprei um agorinha mesmo para levar para as férias em Portugal.                    : )

Viver num aquário deve ser lixado...

Jaime, Fede e Nicole armada em emplastro! Ao final do dia, de regresso ao Holiday, tivemos uma festa ao ar livre. Festa “Chulos e Putéfias”… que grande idéia! E viver no corredor das dançarinas dá-nos cada guloseima para limpar as vistas que não dá para descrever. Esta malta a experimentar as roupas e a trocar vestuário umas com as outras antes da festa é tão divertida como os bastidores de uma passagem de modelos. Não tirei fotos por respeito, mas estava todo engelhado de tanta baba! É impossível não salivar no meio delas.

Os quatro da vida airada!

Cada vez mais perto da despedida... Heather, Jaime, eu e Federico...

Fede e eu, vestidos de chulos. Adoro o chapéu de penas e plumas! Eles dizia que parecia um pirata gay! Eu forneci as bengalas... emprestadas da enfermaria! A festa da “putaria” foi um espectáculo. Os chulos estavam todos lindos de morrer, cheios de pinta. As meninas estavam de cair para o lado. Deixo algumas fotos só para verem as vistas. Os gajos de fatos extravagantes foram comprá-los de propósito e gastaram centenas de dólares… só para a festa.

O casalinho maravilha!

Ivana e eu

Não tenho muito para escrever, as imagens falam por si. Daqui a cinco dias estou a voar de regresso à Europa, carregado que nem um burro de carga e com a despedida a pesar-me no coração. Para trás fica a Ivana, Federico, Jaime, Nicole, Eddie, Rika, Alex, Sarah, Jenny, Natalia, Heather, Dave e tantos outros amigos que durante seis meses foram mais do que vizinhos ou colegas de trabalho.

Tão tristinhos e já com saudades

 Está quase na hora do adeus…

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Faltam dez dias…

Margarita na Wet Wendy's

Está quase! Daqui a dez dias o Holiday deixa de ser a minha casa. Como já mencionei no post anterior, viajo para Atlanta e daí para Paris, onde aguardo quase doze horas pela ligação a Lisboa. E como a vida é para se aproveitar, vou mesmo fugir do aeroporto Charles de Gaulle e passear por Paris o dia inteiro até ser hora de ir para casa. É quase como pegar no carro e ir passar o dia a Óbidos, comer chocolates e beber ginjinha até cair e depois regressar a casa à tardinha… mas em vez de Óbidos é Paris. Nunca lá fui e as poucas coisas que sei dizer em francês são “não falo francês” e “sou o Bruno e sou português”.

A minha croata preferida! O meu maior stress de momento é mesmo a viagem… e a bagagem. Tenho peso e tralha a mais. Quem me mandou comprar dois mega calendários Aztecas e Maias quando fui a Chichén Itzá? Agora pago o preço de ter de acartar com dois calhaus redondos com inscrições que nem consigo ler. Posso levar duas malas, peso máximo de 23 Kg cada. Neste momento tenho uma mala já pronta, com 5 libras a mais. Tenho que converter essa porra para kilos. Nesta mala vão os dois calendários, que são pesados à brava. Vai também quase toda a minha roupa, principalmente a roupa de Inverno. Até parece estúpido olhar para a minha bagagem agora, com mega blusão de Inverno, casaco e cachecol de lã, luvas de pele com pêlo daquelas da Serra da Estrela… e um calor insuportável na rua! E vai ser igual no próximo contrato. Venho para os Estados Unidos em Setembro, muito sol e calor, e regresso a Portugal em Janeiro, quando está um gelo do catano. Já no México, Jamaica e Grand Cayman está sempre calor.

Ivana e eu

A grande solução dos problemas de bagagem passa pelos correios… USPS – United States Postal Service. Vou enviar uma caixa grandinha cheia de uniformes – de dia, formal, fatos de circulação – a minha playstation americana (que é também o meu fiel leitor de DVDs aqui), a “aparelhagem” que comprei por 37 dólares e onde ligo o meu iPod, a playstation, o portátil e tudo o que quero para ouvir com um som melhorzinho. E para Portugal sou capaz de enviar uma outra caixa com roupas e caixas de DVDs. Isto depende da segunda mala que vou comprar e do volume da bagagem. O peso extra da mala que já tenho pronta vai passar para a nova que vou comprar amanhã. Levo também a mochila com o portátil, Playstation Portable e tudo o que é electrónica. A acompanhar vai a minha nova menina, a Ibanez RG2550Z. Uma ESPECTACULAR guitarra eléctrica igualzinha à do meu amigo Mário (Templas para os amigos mais íntimos) que aqui custou menos 40% do que em Portugal. É com ela que vou passear pelas ruas de Paris e, quem sabe até, visitar o Louvre e a Torre Eiffel. E é ela que vai acompanhar-me em todos os meus contratos com a Carnival. Durmo com ela, faço o amor com ela e até vamos juntos ver os espectáculos de dança! É a minha menina!

A minha nova menina!

Para o próximo contrato já sei a lição: levo uma mala quase vazia. Tenho certeza que a encho ao longo dos meses. Ele é t-shirts, livros, DVDs e «recuerdos» dos portos por onde passo. É só arrecadar! Em termos de itinerário o Conquest é tão secante como o Holiday, com cruzeiros de sete dias a passar SEMPRE pelos mesmos três portos: Cozumel, Grand Cayman e Ocho Rios (Jamaica). Mas ao menos posso continuar a visitar o Chad na Wet Wendy’s e a beber umas piña coladas na piscina do No Name Bar. E se o Conquest ficar até mais tarde em Cozumel, posso ir ao cinema todas as semanas. A grande diferença entre ambos os navios é… 63948 toneladas. Coisa pouca… o Holiday pesa 46052 toneladas e o Conquest são 110000 toneladas. Ou visto doutra forma, a diferença são 1732 pessoas, já que entre passageiros e tripulação o Conquest alberga 4124. Dá para imaginar quatro mil pessoas a bordo dum navio? Já ouvi dizer que um gajo demora quase um quarto de hora a atravessar o navio duma ponta à outra. A classe Conquest era, até agora ao lançamento do Splendor, a maior da frota da Carnival. O Splendor roubou-lhe a coroa este mês. E em Setembro do ano que vem, o Dream, o primeiro da sua classe, será inaugurado. Terá 130000 toneladas, com capacidade para 5013 pessoas a bordo.

Jaime ainda com a maquilhagem e as pestanas falsas do show.

Hoje é o aniversário da Jaime. Temos almoçarada para festejar em Cozumel. E, no dia seguinte em Calica, temos um dia de loucura num parque aquático em Cancun. Vamos alugar uma carrinha e vai o maralhal todo curtir o dia.

A festa continua na recta final antes de ir embora! Nunca pensei que fosse ficar triste por deixar o Holiday…

M/S Holiday ao largo da ilha de Cozumel . Foi vendido no cruzeiro passado... vai passar para a Ibero Cruises, uma empresa espanhola subsidiária da Carnival Corporation.

O momento humorístico da semana é, mais uma vez, da autoria do Nuno Markl. O Livro dos Porquês está no número 1 das minhas preferências. Com frases como “por que aparece a Nossa Senhora em locais inesperados? Porque pode”, ganhou um lugar especial no meu blog!


O Livro dos Porquês – “Por que é que na Idade Média os homens usavam todos collants?”

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Era uma vez os Maias…

Tão avançados e não inventaram elevadores...Papel de parede? Naaah... vamos gravar tudo na rocha que dura mais tempo!

… e não estou a falar de Eça de Queirós. Estes são um bocadinho mais antigos e têm (ou tinham) o péssimo hábito de cortar cabeças e arrancar corações. Tinham também uma espectacular arquitectura e uma ciência extremamente avançada quando comparada com outros povos da altura.

Foi há três dias que finalmente consegui visitar um dos mais fabulosos lugares do mundo: Chichén Itzá.

Esta é para fazer inveja à minha tia Lena, que sempre delirou com estas coisas da arqueologia!

Chichén Itzá é o que resta de uma cidade maia. Deambular por ali transporta-nos no tempo e faz-nos sentir tão pequeninos e insignificantes! Ecos do passado. O lugar é grandioso, imponente e carregado de uma inexplicável energia. Sente-se sabedoria no ar, em cada canto, em cada pedra. Milhares de anos depois… e continua ali, emanando poder. Olhamos em redor e quase conseguimos ver a multidão a aplaudir os jogadores de bola, a darem o máximo para serem os vencedores… para serem decapitados e oferecidos aos deuses, sendo-lhes concedida a honra última de trazer a água, a chuva, a vida ao seu povo. Ainda diziam os gauleses “estes romanos são loucos”… isso era porque a aldeia dos irredutíveis não código postal do México! Já viram bem? A equipa vencedora ganhava o direito de ser decapitada! Já estou a imaginar o Cristiano Ronaldo e o Nuno Gomes… começavam o jogo lesionados e a pedir substituição. Lesionavam-se durante o aquecimento! Imagino que o sangue seco daria cabo do penteado do Nuninho, pá. E isso seria inadmissivel! Também me parece que seria complicado fazer um campeonato para estes lados…

Se clicarem na foto podem vê-la em grande e ler a descrição do local. Para os linguistas recomendo a coluna central!

Duas paredes com anéis ao centro. Parece-me um bocadinho mais difícil que basketball! Ao fundo fica o Templo dos Jaguares e dos Escudos. Um esquema do campo de jogos Este edíficio está localizado num dos extremos do campo de jogos, na porção superior do esquema que meti em cima... apesar de no esquema não estar representado. E aqui está o Templo dos Jaguares e dos Escudos, representado na porção inferior do esquema.

O sentimento ao chegar aqui foi quase o mesmo que senti quando estive na Acrópole de Atenas: “fosga-se, viajar tão longe para ver calhaus”!    . . . Junta-se-lhe o segundo pensamento que nos salta à mente à chegada depois de duas horas enfiadas num autocarro cheio de americanos - “onde é que se mija??” - e está feita a descrição perfeita do que sentimos!

Naaaaa! Brincadeirinha! Foi mesmo o sentimento de vislumbramento e incredulidade. É uma das memórias que guardarei para sempre, mesmo que o Alzheimer me apanhe desprevenido daqui a uns anos!

Para todos os fãs de Tomb Raider: é incrível como um gajo olha para uma cena destas e só pensa que se fosse um jogo isto cuspia setas envenenadas à nossa passagem!  É inacreditável o quão detalhadas são as gravuras na pedra... isto é que são TEXTURAS. Dignas das mais recentes máquinas de jogos!

Dizem eles que os guerreiros eram sacrificados lá em cima, o coração era arrancado do peito, colocado sobre um altar e que os jaguares vinham comê-los ainda fresquinhos. Depois os corpos eram atirados cá abaixo sobre a multidão que os despedaçava e comia. Aaaah, como eram alegres e animadas as festas destes grandes malucos! Os pilares representam guerreiros.

Indescritível e inesquecível!

Mudando de tema, deixo-vos um pequeno jogo de observação. Para isso necessitam clicar na foto seguinte para abri-la em gloriosa alta-definição numa janela à parte. Vão olhar para ela com atenção e tentar descobrir uma “coisinha” que não é feita de pedra mas que é tão espectacular como o monumento fotografado.

Cliquem para ver a foto em tamanho real e encontrem o Wally! Há algo no meio das rochas que não é feito de pedra...

Entretanto, estou a dezasseis dias de deixar o Holiday. E há dois dias atrás recebi um pertubador e-mail da chefona que manda nos enfermeiros todos da frota. Acordaram-me com um telefonema a dizer que havia um mail urgente para mim. Lá arrastei o cú para fora da cama e fui ver do que se tratava. Proposta irrecusável de extensão de contracto por mais um mês, com transferência para a nova pérola da frota, o grandioso Splendor. Foi um bocado espectacular e triste ao mesmo tempo. A transferência seria para começar em Dover, Londres, a 13 de Julho. E para isso teria de deixar o Holiday hoje. Sem preparações, sem despedidas, sem celebrar o aniversário da Jaime daqui a quatro dias. Houve choradeira e tudo. Para mim fazia-me um bocado de “espéce” faltar ao casamento do Grégos no dia 9 de Agosto, entre outras coisas pelas quais tenho esperado ao longo destes quase seis meses de emigrante. Os motivos que a chefona apontou para me transferir é que me deixaram a escorrer baba. Três elogios com palavreado tão caro que tive de pedir ajuda ao dono do bar do costume, o Chad da Wet Wendy’s, para explicar o que ela queria dizer-me. É uma proposta que não deve, nem pode, ignorar-se… quando estão a ser transferidos os melhores profissionais de cada departamento e se é um gajo no final do primeiro contracto. É uma honra ser “escolhido”. Mas ficou tudo em stand-by. Eu seria o quinto enfermeiro e o Splendor não tem, de momento, quarto livre para mim. A “Hotel Operations” do Splendor travou o plano perfeito. Ainda estive para dizer à chefona que podia meter-me num quarto com uma romena, croata ou sérvia que até não me importava de partilhar a cama, desde que me mandasse uma foto de corpo inteiro antes de eu aceitar a transferência. Obviamente que isso seria tudo em nome do esforço e dedicação para ajudar a completar a equipa do Splendor! E pelo meio continuava a minha pesquisa sobre os países do leste da Europa…      ; )

Assim sendo, fica tudo suspenso. Continuo no Holiday até 24 de Julho. Daí voo para Atlanta e para Paris, onde chegarei às nove da matina do dia 25. Depois, para me ambientar, tenho quase doze horas de espera no aeroporto Charles de Gaulle. É caso para dizer “DASS”! Na prática aterro em Lisboa perto das dez da noite de 25 de Julho… mais de trinta e seis horas depois de deixar a minha caminha no Holiday. O que ainda me anima nesta horrível e longa viagem de regresso é que terei umas dez horas para passear em Paris. Não é todos os dias que se consegue dar um passeio por Paris, só para passar o tempo!

Estou neste momento a aceitar aplicações para irem buscar-me ao aeroporto! Já construí uma grelha para avaliar as propostas e posso adiantar que gajas boas com decotes arrojados e mini-saias e botas de cano-alto têm pontos extra e maior probabilidade de conseguir levar-me a casa! Só uma pessoa tem vantagem sobre as gajas boas e é o Fagulha. No entanto, só tem direito aos pontos extra se fizer-se acompanhar da minha Playstation 3 e respectivos acessórios. Há também um item na grelha que dá uma enorme vantagem a quem quiser oferecer-me um LCD Samsung Full HD da série 500 de 40 polegadas e um móvel para a sala. Fico então a aguardar as propostas aqui no blog.

Para terminar deixo a solução do joguinho que comecei lá atrás. Viram a foto com atenção? Descobriram o que quis que descobrissem? Se não conseguiram, vejam agora o que estava lá “escondido”! A foto abaixo é um recorte da original.

Conseguem ver? Não é linda?

Um gajo tropeça em iguanas por onde quer que vá! E são enormes!

E como momento humorístico da semana, o grandioso Nuno Markl e o seu “Livro dos Porquês” e a história de Osama Bin Laden. Divirtam-se!

sábado, 5 de julho de 2008

Por duzentos e trinta dólares…

ATENÇÃO – Não prosseguir com a leitura do post sem ver o vídeo!

E agora que já viram o vídeo, posso dizer-vos que foi a P#%A DA LOUCURA! Há coisas que se fazem uma vez na vida. E há coisas que se repetem! Em Outubro estou lá batido de novo. Saio do Conquest em Cozumel, meto-me no barco para Playa Del Carmen e lá vou eu “amandar-me” que nem um doido. Desta vez subimos até aos 10.000 pés (cerca de 3KM). Para a próxima quero mais alto e mais tempo em queda livre.

A assinar o testamento

O dia foi do melhor. Partimos de Calica para Playa em três táxis. Federico (Fede para os amigos), Bob, John, Chris, um maluco indiano da segurança que nunca me lembro do nome, “Piano” Matt, Affy, Nicole, Jaime e eu. Em Playa fomos à “loja” so skydiving e meteram-nos numa sala com fotos e uns bancos estranhos e o que parecia ser uma janela dum avião enfiada na parede. Antes de começarmos o que quer que fosse deram-nos uns papéis para a mão. Nem valia a pena receber instruções se não assinassemos os tais papéis… aqueles onde dizemos que sim, que aceitamos o facto de que possivelmente o pára-quedas não abre e que morremos ou que partimos todos os ossinhos do corpo. E não basta assinar em cada página… assinamos mesmo EM CADA ALÍNEA! Só para perder precioso tempo, quando um gajo está mortinho para meter os pés no avião!

Skydive Playa - Vou ser cliente habitual!Íamos todos com vontade de pagar 130 dólares extra para que um operador de câmara saltasse connosco e nos filmasse em queda livre. Mas o avião não tinha espaço para dois de nós, mais os instrutores, MAIS um operador de câmara… e assim sendo limitámo-nos a fixar as nossas câmaras ao equipamento. Usámos elásticos que mais pareciam para fazer fisgas, daquelas fraquinhas que nem pássaros matam. Só pensava “assim que saltar perco a câmara”, mas inventei uma maneira de a fixar melhor. Parece que correu bem!

 Isso. Goza agora porque quando estiveres a 3KM de altitude não vais ter tempo para pensar!

Pois então lá recebemos o treino antes do voo. Explicaram-nos os “timings” (eu também abichano quando falo inglês, tal como o javardolas que era chique a falar francês) e as posições pré e pós salto. Parece que é essencial que façamos a posição de arco para manter o equilíbrio em queda-livre. E quando estivermos estáveis o gajo pode abrir o pára-quedas. Meia hora para o avião subir aos 10.000 pés, 45 segundos em queda-livre e 5 minutos a descer com o pára-quedas aberto. Depois das explicações todas a malta estava ao rubro, cada vez mais perto de saltar para o vazio!

Joelhos unidos, perna flectidas, costas arqueadas e mãos junto à cara...

Fomos para a praia onde íamos aterrar e os dois primeiros seguiram para o aeródromo. Quando o avião estava no local do salto, o gajo que estava em terra connosco para ajudar na aterragem apontou para vermos… e c’um caneco, o avião estava tão alto que nem se via! Houve um momento de silêncio quando a malta que ia saltar se apercebeu da altitude abismal a que a avioneta se encontrava.

Saltei no último voo. E saltei com o Fede. Foi tão LOUCO!!! Enquanto nos equipavam à porta do avião na pista do aeródromo, o Fede (que é Uruguaio) pediu ao mexicano que o deixasse puxar a cena para abrir o pára-quedas. O gajo hesitou na resposta mas depois disse “naaaaa, nem sequer vais lembrar-te disso”. 

Ansiosamente a aguardar a minha vezÀ medida que subimos fui filmando e tirando fotos. Acabei então por fixar a câmara no peito e preparei-me para o salto. A 10.000 pés de altitude estavamos MUITO acima das nuvens. O chão lá em baixo parecia uma foto do Google Earth! Não tivemos logo autorização para saltar devido a haver demasiado tráfego aéreo e nos 3 ou 4 minutos que esperámos vi o painel de instrumentos com clareza: o altímetro mostrava 10.500 pés… 3,2KM!

O senhor não me deixou brincar com o joystick... e eu que tenho tantas saudades dos meus jogos! E eu disse-lhe que sou um granda piloto no Warhawk, mas o raio do mexicano não me ligou pevas!

A porta abriu e nem tive tempo para pensar. O meu instrutor girou-me e com a deslocação do ar vi-me à rasquinha para acertar com o pé no degrau onde ia ficar de pé, FORA DO AVIÃO, até saltar. Sem pensar, sem hesitar e sem avisos já eu vinha às cambalhotas por aí abaixo. E depois de estabilizado é indescritível! O ar fresco, o som ensurdecedor do vento, a quantidade brutal de adrenalina… e a surpreendente e agradável sensação de que algo nos agarra. Experimentem ir depressa no carro, de vidro em baixo e mão aberta cá fora… como quem tenta agarrar o ar. Sente-se a solidez do vento na palma da mão. Tão tangível mas que se escapa entre os dedos. Agora imaginem essa sensação no corpo inteiro! Na cara, nas mãos… não sentimos que estamos a agarrar o ar mas sim que o ar nos sustenta como um colchão. É espectacular! E é apenas uma ilusão porque o chão está a aproximar-se a uma velocidade estonteante. Dá vontade de só abrir o pára-quedas quando já conseguimos os cócós dos cães na calçada. É tão triste quando damos por nós já suspensos, a pairar de pára-quedas aberto e sem a vertiginosa descida de alguns segundos atrás.

 

Antes de subir para o avião, a ajustar o equipamentoPosso também acrescentar que o equipamento magoa um “bocadinho” nas virilhas. Não magoa os tomatinhos porque esses ficaram algures no avião! E quando o instrutor nos faz rodopiar é outra vez a loucura total. Se há coisas que não se esquecem, esta é uma delas. Foi a experiência mais frenética da minha vida… e estou mortinho por repetir!

 

O Fede saltou logo atrás de mim (o que significa que saltou uns 500 metros mais à frente). Foi giro vê-lo lá mais acima, enquanto descíamos lentamente em direcção à praia. Mais giro ainda foi ver as imagens da minha câmara e perceber que inadvertidamente o filmei durante metade da descida. O coitado teve azar: quando tentou libertar a câmara dele dos elásticos, o compartimento das baterias abriu-se e a máquina desligou-se. Perdeu o filme do salto dele. Podia ter sido pior, mas a frustração foi enorme.

Zona de aterragem... antes de aparecer alguém e montar umas cadeiras para um casamento!

E sim, o Fede realmente não se lembrou de nada durante o salto. Queria ser ele a abrir o pára-quedas e quando saltou nem se lembrou de adoptar a posição de arco. Foi o instrutor que o abraçou e gritou “HACE EL ARCO!!!!”. Ele descreve a primeira parte do salto, até o instrutor lhe dar o puxão de orelhas, como “caír às cambalhotas, qual saca de batatas”! Curtia ter saltado atrás dele para ver! Mas correu bem, é o que interessa.

Quase com os pés no chão...

Depois do salto a malta separou-se e ficámos só quatro: Nicole, Jaime (que agora sempre que me vê grita “Bruuuuuuuuuuuns” ou “Bruns Digity”), Fede e eu. Esfomeados fomos a um restaurante maneiro e ainda no êxtase da adrenalina comi o belo do bifão com lagosta e gambas. Já que não paguei os 130 dólares extra pelo operador de câmara, ao menos enfardo  lagosta ao almoço!

Depois do salto

Foi um dia do caraças! E nas próximas três semanas prevejo que não vou fazer por menos. Estes têm sido os melhores meses da minha vida… e quero acabá-los em grande! Depois vou de férias a Portugal, para em Setembro regressar a esta dura vida de enfermeiro nas Caraíbas!

Zona de aterragem em Playa Del Carmen... vida dura a de um enfermeiro nas Caraíbas