quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Azar de uns, sorte de outros…

A despedida de um amigo

Há dois dias atrás acordei da minha sesta com um telefonema. Pediram-me para ir à enfermaria, a chefe queria falar comigo e pensei “devo ter feito porcaria”. Mas afinal era outra coisa. O navio estava a desviar-se do seu curso para desembarcarmos duas pessoas em Grand Cayman. Fui o eleito para sair e escoltá-los ao hospital. Fazer malas, tratar das papeladas para sair e aproveitar as duas últimas horas a bordo para ir ao ginásio. Gosto desta nova relação que desenvolvi com o meu corpo. Ir lá diariamente faz-me sentir bem, com mais energia, com mais força. E já que sair do navio implicaria ficar em Grand Cayman por duas noites até o Conquest regressar, não quis passar esses dias sem ir ao ginásio cansar-me mais um bocadinho.

Iza e eu a fazermos parvoíces. A minha violoncelista preferida!

O Conquest chegou perto de Grand Cayman e tinhamos já um “tender boat” à nossa espera. Era noite, escuro como breu. O Conquest à noite é uma visão esplendorosa, enorme, coberto de luzes com a noite negra como fundo. Estavamos muito mais longe da costa do que nos dias normais em que visitamos Georgetown. Doentes trnasferidos para a lancha e o piloto levou-nos em direção ao porto. Estavamos ainda perto e vi o Conquest girar sobre si mesmo e partir rumo à Jamaica. Uma cidade flutuante a mover-se de forma tão graciosa, lenta mas decididamente. Tive de conter-me para não sacar da câmara e capturar a imagem… afinal, a minha missão ali era outra.

Weronika, a minha violinista preferida.

Correu tudo bem, chegámos ao hospital e as “mercadorias” foram entregues em segurança. Restou-me ser transportado ao hotel onde fiquei, com tudo pago, até esta manhã. Não fiz nadinha. Infelizmente choveu tanto que não me arrisquei sequer a ir à rua. O tempo estava tão mau que cheguei a pensar que o Conquest não viria cá e eu teria de voar para Cozumel. Hoje finalmente a chuva e os ventos fortes acalmaram, mas é apenas temporário. Uma depressão tropical formou-se mais a sul, perto das Honduras e Nicarágua. Prevê-se que esteja a tornar-se um furacão e chega a Cayman no Domingo. O clima só tende a piorar e o Conquest está em alerta. Vamos até sair daqui uma hora mais cedo do que o habitual.

A minha pista de corrida no piso 11 do Conquest

E falando em furacões, no passado Domingo mudámos de casa novamente. Deixámos Houston e regressámos ao nosso antigo poiso: a ilha de Galveston. Foi com a esperança de ver uma cidade reconstruída que saí do navio… mas fiquei chocado. O furacão deu mesmo cabo daquilo. Um mês e tal depois Galveston continua uma ruína, uma cidade fantasma. O comércio é inexistente, ainda há imensos destroços nas ruas e conseguimos andar quinze ou vinte minutos sem nos cruzarmos com alguém. É desolador. Uma ilha totalmente plana que foi varrida pelas águas e ficou submersa até o Ike ir embora.

Galveston vista do piso 14 do Conquest

Ainda assim consegui andar à caça, de telemóvel em punho, e encontrei um sítio com internet: a casa de sandwiches Subway. Comi, “bubi” e vi as novidades na net.

Galveston em reconstrução Um infantário fechado em Galveston

Quando barcos deste tamanho chegam às ruas, percebe-se o quanto subiu o nível das águas.

Entretanto tenho uma novidade bombástica! Sabiam que o Bruno Aleixo não está morto?? Ele simulou a sua morte! Estou em choque…. eu fui um dos que chorou quando ele partiu. Espalhei a sua palavra. E afinal de contas ele está lá longe a rir-se de nós.

Vim para cá, fugi de casa, mas nunca tive nenhum “ninjer” atrás de mim! Nem deixei para trás um caixão com uma coruja… confesso que teria sido uma boa idéia. Não acham?

E assim me despeço por hoje. Deixo-vos com a foto do Aris a abrir a prenda de despedida que fiz para ele. Foi uma grande idéia da Chris e deu trabalho, mas começo a gostar dos resultados que obtenho no Photoshop! Peguei numa foto do Aris, apaguei o fundo (que era a enfermaria) e meti-o na Acrópolis de Atenas. Mandámos imprimir numa tela gigante e ficou lindo!

A obra de arte! PB010678

Até à próxima Aris! Fico à espera das tais férias que planeias fazer em Portugal. E, já agora, em usar a tua casa quando me der na cabeça de ir a Atenas outra vez!       ; )

2 comentários:

Joao disse...

E eu a pensar que o Bruno Aleixo estava morto!!! Isto é a novidade do ano ;)

Abraço

Joao disse...

E eu a pensar que o Bruno Aleixo estava morto!!! Isto é a novidade do ano ;)

Abraço